A crise financeira asiática de 1997-98 foi
surpreendente não apenas pelo alcance global de seus desdobramentos, como pelo
fato de ocorrer em uma região que se tornara, pouco antes, uma referência
mundial de crescimento econômico rápido e sustentado. A surpresa foi ainda
maior, por incluir em seu epicentro, a Coréia do Sul, o exemplo maior de
upgrading da periferia em direção ao núcleo de economias desenvolvidas.
Em 1997, países do Sudeste e Nordeste
asiático enfrentaram crise financeira que desvalorizou fortemente suas moedas,
derrubou suas Bolsas de Valores, interrompeu o crescimento econômico e se
estendeu ao plano político, com a queda de governos.
Nos anos seguintes,
contaminou outros países emergentes, como Rússia, Brasil e Argentina,
tornando-se a primeira crise da era das finanças globais.
O fenômeno foi disparado por processo
de fuga de capital e deflação de ativos financeiros das economias da região.
Iniciando-se na Tailândia, na Malásia, na Indonésia e nas Filipinas, suas
repercussões adquiriram amplitude global quando incorporou Coréia do Sul e Hong
Kong.
Uma das causas da crise de confiança
foi o endividamento excessivo do setor privado e a incapacidade do setor
financeiro de recuperar boa parte dos empréstimos concedidos.
De janeiro a dezembro de 1997, grandes
empresas, endividadas, abriram falência, e companhias financeiras tiveram
atividades suspensas por falta de liquidez. Governos aumentaram as taxas de
juros, usaram reservas internacionais para evitar maior desvalorização cambial
e pediram empréstimos ao FMI, que aprovou pacotes de ajuda financeira. Ao
final, as moedas dos tigres asiáticos foram desvalorizadas em relação ao dólar,
com exceção de Hong Kong, onde a depreciação foi evitada a alto custo.
Países
atingidos pela crise:

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