No dia 1º de
fevereiro de 1956, às 7 horas da manhã, o presidente Juscelino Kubitschek
apresentou na primeira reunião de seu ministério uma dessas ideias capazes de
mudar para sempre o destino de um país: o Plano de Metas. Concebido de maneira
intensamente pessoal, a Plano continha 30 propostas e um sonho a revesti-las.
Juscelino queria sacudir o País agrário, dar-lhe uma carga de energia e fazê-lo
cumprir seu potencial, transformando o Brasil numa grande economia industrial.
Embora se desdobrasse em várias metas setoriais, o Plano
tinha por alvo alguns poucos setores básicos da economia: energia, transporte,
comunicação, indústrias intermediárias (siderurgia, cimento, papel...),
indústrias produtoras de equipamentos (automobilística, naval e bens de
capital) e, claro, a construção de Brasília. Nunca se havia empreendido no País
um esforço desse porte. À sua maneira inovadora, o Plano conseguiu mobilizar um
volume de investimento anual de até 7,6% do PIB, num período em que o
investimento total no Brasil equivalia a 14,5% do Produto. Foram construídas
hidrelétricas, abriram-se estradas, implantou-se as indústrias automobilística
e naval. Aumentou-se a produção de aço, petróleo, cimento e papel. A construção
civil viveu um boom.
No final do período JK, a presença do Estado na taxa de
investimento fixo havia saltado de 27,5% do PIB para 37,1%. Como o Brasil não
contava com poupança interna que amparasse esse investimento, ele foi financiado
através da emissão primária de moeda, gerando inflação e endividamento externo.
Este fio ponto frágil do Plano. Apesar de ser "cria" do Estado Novo, Juscelino não era
sintonizado com os ideais totalitários. Ao contrário, era liberal por formação,
democrata por convicção e político por outros motivos, JK sempre teve um
desempenho administrativo renovador e dinâmico. A política desenvolvimentista
que norteava o Plano de Meta tinha o Estado como coordenador. Os recursos para
tais empreendimentos foram trazidos na maior parte do exterior, através do
Capital Privado Externo.
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