O ano era
1994. O principal país envolvido foi o México. Naquele 20 de dezembro, o
governo mexicano decidiu desvalorizar o peso mexicano em uma tentativa de
estimular a sua economia internacionalmente. Todavia, o plano econômico deu
muito errado e acabou desencadeando crises econômicas na Argentina, no Brasil e
outros vizinhos latino americanos. A crise ficou conhecida no mundo todo como Efeito
Tequila.
O México
estava sem reservas internacionais e a balança comercial do país apresentava
números preocupantes. Por isso, o presidente Carlos Salinas, em conjunto com o
Ministério da Fazenda tentou realizar uma manobra econômica conhecida como crawling peg, desvalorizando
progressivamente a moeda na tentativa de ajustar o câmbio às variáveis de
inflação e juros. Desta forma, o peso ficava atrelado ao dólar e sofreria
pequenas flutuações diárias.
O que o
governo mexicano não esperava era que a inflação mexicana ficasse tão acima dos
números registrados pelos EUA. Assim, as importações ficaram muito baratas e a
economia mexicana não conseguia exportar na mesma medida. O parque industrial
foi detonado pelos produtos importantes, melhores e mais baratos. Para cobrir o
desequilíbrio comercial o Banco Central foi forçado a comprar grandes
quantidades de dólares, o que por sua vez, exigiu que o Estado abrisse o
mercando de títulos aos investidores externos.
O governo de
Carlos Salinas também foi marcado por escândalos de corrupção, o que acabou com
o interesse de investidores estrangeiros na economia do país. Além disso, um
dos candidatos a presidência, Luis Donaldo Colosio, foi brutalmente
assassinado, instaurando a tensão no país.
A
desconfiança fez com que os investidores não comprassem os títulos mexicanos.
Por sua vez, o governo não conseguia cobrir os seus gastos. A situação fez com
que o governo não pagasse os débitos aos investidores, provocando uma falha nos
bancos e tornando o ciclo vicioso.
Quando
Ernesto Zedillo assumiu a presidência, em 1994, também não conseguiu dar conta
da situação e a crise se agravou. Em 20 de dezembro de 1994, apenas três
semanas após o início do governo Ernesto Zedillo, o Ministério da Fazenda
ampliou a banda cambial em 15,3%. O valor do peso imediatamente voltou à metade
de seu valor nominal, mergulhando o México numa depressão surpreendentemente
profunda. Uma depressão que fez com que em todo o mundo caíssem as cotações dos
títulos dos países emergentes. Mais de 200 mil mexicanos perderam seus empregos
e milhares de empresas fecharam as portas. A taxa de desemprego era o dobro do
ano anterior.
Para sanar o
sangramento da economia, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton,
em articulação com organizações multilaterais, garantiu um empréstimo de 50
bilhões de dólares ao México, dos quais 18 bilhões através do FMI. Entretanto, países
da América do Sul, principalmente Brasil e Argentina, viram suas moedas serem
extremamente desvalorizadas e ser instaurada uma crise de crédito.
As
crises financeiras, que ocorreram em países de economia muito dependente do
exterior, refletiram nos fluxos de investimentos estrangeiros. 0 gráfico mostra
que a crise do México, em 1994-95, e, mais notadamente, a crise asiática, em
1997-98, provocaram retração de investimentos nos países em desenvolvimento e
incremento de inversões nos países desenvolvidos, em virtude da migração de
recursos em busca de segurança.
Para conhecer mais sobre a crise do México, recomendamos
o filme “Efeito Tequila” de 2010.
Peso mexicano
REFERÊNCIAS
http://redes.moderna.com.br/2011/12/20/efeito-tequila-o-domino-mexicano/
Acesso em 02/10/2013
http://www.eco.unicamp.br/artigos/belluzzo/artigo20.htm/ Acesso em 02/10/2013
http://www.oocities.org/geopadovani/cont-economia-br.html Acesso em 02/10/2013




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