Parte da população brasileira gostaria de ver Tancredo
Neves eleito presidente da Republica. Sua candidatura nasceu de um grande
movimento popular – a campanha das eleições diretas – que clamava por transformações
profundas no campo econômico, político e social. Após a frustrada campanha
pelas Diretas
Já,
que arrebanhou multidões em favor da volta pelas eleições diretas, Tancredo
Neves foi eleito indiretamente Presidente da República, sucedendo assim o
último militar no poder, João
Figueiredo. No entanto, Tancredo faleceu em 21 de Abril de 1985 e
não chegou a assumir o cargo para comandar a transição para a democracia, fato
que levou José Sarney, seu vice, a assumir a presidência da República.
Com a chegada de Sarney, em 1985, as políticas começaram
a se tornar heterodoxas, diferentes daquelas defendidas pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional), o qual impunha regras duras de ortodoxia econômica ao
Brasil como condição para manter seus cofres abertos às necessidades
brasileiras. Sarney pegou um Brasil arruinado. Os índices de inflação eram
altíssimos, a população sofria com desemprego, miséria e a dívidas externa e
interna herdadas do período militar assolavam ainda mais o país.
Em 1986 veio os
planos cruzados, porém, uma tentativa frustrada de conter a inflação que
crescia voltou a tumultuar as contas externas. Em fevereiro, veio o Plano
Cruzado, com o ministro Dílson Funaro. O governo congelou todos os preços e
também a taxa de câmbio (o dólar). Extinguiu a correção monetária, mas criou um
gatilho: os salários eram reajustados a cada vez que a inflação batesse 20%.
Acreditava-se que, ao ser rompido o círculo vicioso entre alta de preços e do
dólar, a inflação desapareceria. O que aconteceu, porém, foi um aumento rápido
demais da renda de quem ganhava salário. O consumo disparou, as empresas
passaram a vender mais no mercado interno e, por isso, as exportações caíram
acentuadamente. Faltou mercadoria e, por isso, os preços subiram, causando
inflação. As importações também dispararam e fizeram o país queimar todas as
suas reservas. Ainda houve uma tentativa de correção de rumo em novembro,
com o Cruzado I e o fim do congelamento, mas os preços subiram desordenadamente
até 100%. O país quebrou nas primeiras semanas de 1987 e o presidente José
Sarney precisou anunciar nova moratória - mais uma vez o país disse que não
teria como pagar o que devia a seus credores.
REFERÊNCIAS
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